quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O Santo Relutante

A minha vida toda eu estudei em uma escola de freiras franciscanas, assim muito cedo aprendi admirar o São Francisco em sua forma santificada.
Acabo de ler um livro maravilhoso sobre ele, “Francisco de Assis – O Santo Relutante”, onde a sua humanidade é destacada brilhantemente pelo biógrafo e teólogo americano Donald Spoto, com base em uma rigorosa e inédita pesquisa documental.
O livro mostra que Francisco foi um jovem entusiasmado, com todo o sentido da palavra, mesmo sem ele saber disso, saber que Deus já agia na vida dele desde sempre. Foi rico, aventureiro, “namorador”, rebelde, engajado, de pouco estudo, teve uma relação difícil com o pai, foi soldado e depois defensor dos pobres, amigo dos animais, pregador itinerante, restaurador de igrejas, justo e bondoso. Fica evidenciado que grande parte do que conhecemos da sua vida e resultado de lendas que de certo modo deixou escondido a maravilhosa humanidade desse santo.
São Francisco foi muito mais que só o padroeiro dos animais. Ele foi o compositor da primeira canção em italiano, influenciou as artes plásticas, a literatura e o cinema. Nunca foi um teórico da vida espiritual, o autor observa que “Ele jamais falava em Deus a não ser em termos de experiência, porque era testemunha de um Deus vivo e atuante. Falava somente daquilo que conhecia, ouvia e sentia (...), ele acreditava num Deus pessoal e amoroso"

Durante a leitura coisas interessantes são reveladas, algumas eu já conhecia outras foram completa novidade. Coisa como:
ü            Sua mãe o batizou com o nome de João Bernardone em homenagem a São João Batista, mas seu pai, que estava de viagem na ocasião, não aceitou que o filho tivesse o mesmo nome de um profeta bruto e grosseiro que vivia no mato e comia gafanhotos;
ü            A “oração de São Francisco” não foi escrita por ele e sim por um aristocrata católico frances;
ü            Francisco teve malária muito jovem, quando esteve preso após uma guerra, e a doença o acompanhou e maltratou por toda a vida.

O livro cita pouco a relação dele com os animais e como se tornou o Padroeiro, mas mostra que, muito antes de ser moda, Francisco era um ecologista. Também diz pouco sobre a saudação “Pax et Bene”, mas ainda assim vale cada linha. Garanto que a leitura te prenderá do começo ao fim

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